quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Um pouco mais sobre o larp Morte Branca


Morte Branca ("Hvid Død", Dinamarca) é um larp de Nina Runa Essendrop e Simon Steen Hansen. Trata dos últimos momentos de um grupo de colonos nas montanhas nevadas. Um larp dramático e simbólico, trabalha a expressão corporal por meio de trilha sonora e restrições físicas - a principal delas: os jogadores não podem falar. Morte Branca explora a representação sem fala a partir do jogo físico, com o corpo.

Realizado pela primeira vez, no Brasil, no Laboratório de Jogos 2014, em Belo Horizonte pelo grupo Boi Voador, a segunda edição ocorreu no Sesc Itaquera, no dia 27 de agosto de 2017.

O jogo tem ao todo cerca 6 horas de duração, divididas entre workshop de preparação (das 10hs ~12h) e a prática do larp (13h00 ~ 17h00, contando o debrief), com intervalo de uma hora para o almoço. Para participação no larp, é imprescindível participar do workshop antes.

Veja a chamada para o jogo neste blog.

Confira o evento no facebook.

Confira o evento no site do Sesc.

Saiba mais sobre a programação "Apenas um Jogo".

Conheça os larps que rolaram no primeiro semestre.

- Luiz Falcão, responsável pela condução do larp,  é Educador de Tecnologias e Artes no Sesc Itaquera. Envolvido com larp há mais de dez anos, foi membro da ONG Confraria das Ideias (um dos mais longevos e reconhecidos grupos de larp no Brasil ainda em atividade), e é um dos fundadores do grupo Boi Voador e do NpLarp - Núcleo de Pesquisa responsável por aproximar o larp brasileiro da produção internacional na linguagem.



O primeiro larp da tradição nórdica em que não se pode falar

(postado em 23 de agosto no facebook)

Meu primeiro contato com o larp Morte Branca foi em 2013 - e está aqui ilustrado por essa imagem.

Na imagem: "Um poético larp não-verbal que enfatiza a expressão física. Os jogadores são guiados através de sentimentos como raiva, frustração, tristeza e medo - e depois os sentimentos de paz e acolhimento que se seguem após a morte gentil dos personagens. Músicas por Tom Waits, Nick Cave e Jonny Cash dão o tom." (em tradução livre)

Achei-o entre os jogos programados para um desses festivais de larps de câmara (ou blackbox, ou scenario) dos países nórdicos, que sempre foram - e continuam sendo - um certo alimento para mim.
Me chamou atenção pelo "não verbal" e pela "expressão corporal". O Cauê (Martins) e a Erika (Bundzius) [os outros fundadores do Boi Voador] devem se lembrar que, desde 2011 (pelo menos) eu namorava a ideia de fazer um larp mudo, onde os jogadores se comunicavam apenas por meio da expressão corporal, do gestual, pela ocupação dos espaços - muito inspirado pela observação do teatro de máscaras expressivas (que foi um dos temas de investigação do Boi Voador já em 2011).

Depois, ao lado do companheiro Luiz Prado, esboçamos algumas experiências em O Jogo do Bicho. Mais tarde, a investigação dessa possibilidade expressiva no larp ganharia tônus em produções dele. A saber, monstros, Último Dia em Antares e Deriva, especialmente. Mas entre uma coisa e outra, uma das experiências mais significativas nessa investigação foi justamente Morte Branca. (Seria injusto no entanto, atribuir mérito ou influência demais a ele... mas isso é assunto para outro texto)

A curiosidade com esse larp me acompanhou por quase um ano. A oportunidade para realizá-lo foi sendo construída entre resenhas e no contato com o larpscript (cifrado!) e uma tradução repentina. Em abril de 2014, eu o Luiz Prado, através do Boi Voador, finalmente o executamos no Laboratório de Jogos, em Belo Horizonte. Foi uma experiência arrebatadora. Tanto para os jogadores quanto para nós que organizamos. Agora, mais de 3 anos depois, terei oportunidade de realizar o Morte Branca novamente, desta vez em São Paulo.

Será no próximo domingo, dia 27, dentro da programação Apenas um Jogo do Sesc Itaquera.

Um bocado de amor

(postado em 24 de agosto no facebook)

A visão da criadora Nina Runa Essendrop tem sido tão singular entre os participantes de larp dos países nórdicos que em Janeiro desse ano um grupo de produtores e jogadores criou um evento para jogar "os larps da Nina e os influenciados pela visão dela". 

esse coração era o centro da identidade visual do evento. muito amor.
Daqui de baixo do equador, ficamos olhando com um ponto de interrogação e outro de exclamação na cabeça.

Para quem quiser conhecer um pouco dessa visão, o Sesc Itaquera estará recebendo este domingo, 27, o larp Morte Branca do qual ela é um dos autores, junto com Simon Steen Hansen. (...)

Morte Branca no Sesc Itaquera faz parte da programação Apenas um Jogo, que traz todo último domingo do mês um larp diferente para São Paulo.

Inspiração em Akira Kurosawa

Segundo Nina, a principal inspiração para Morte Branca vem de uma das passagens do filme Sonhos, do cineasta Akira Kurosawa.


Também foram inspirações para o jogo o trabalho dos diretores teatrais Bob Wilson e Antonin Artaud e a teoria da dança, com qualidades de movimento e restrições físicas, além, é claro, das músicas de Tom Waits, Nick Cave e Johnny Cash.

Morte Branca pelo mundo


Ilustração de Morte Branca feita por Dirk Leichty, da Bleakwoodpress
Foto: Li Xin

Foto: Peter Munthe-Kaas

Cartaz (realizado sobre foto de Peter Munthe-Kaas, com Karin Ryding and Mia Schyter) para a aplicação realizada por Carla Burns/Ormston House, na Irlanda.

Foto: Jesper Heebøll Arbjørn
Foto: Li Xin
Foto: Li Xin

Fotos da aplicação do Boi Voador em 2014

Fotos de Luiz Falcão


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Morte Branca é o primeiro larp da segunda temporada do Apenas Um Jogo no Sesc Itaquera

A programação de larp do Sesc Itaquera este ano, Apenas um Jogo trouxe no primeiro semestre larps alinhados com o que os jogadores de São Paulo - arrisco dizer - estão mais acostumados a jogar, mesmo sendo dois deles inéditos.

Agora no segundo semestre, chegou a hora de experimentar novos formatos. O primeiro larp dessa nova programação, que vai acontecer no próximo domingo dia 27, será Morte Branca. Já realizado no Brasil pelo Boi Voador, em 2014 no Laboratório de jogos (Belo Horizonte), este larp dinamarquês acontecerá pela primeira vez em São Paulo.

Da larpwrighter Nina Runa Essendrop ao lado de Simon Steen Hansen, não é injusto dizer que esse é um larp que quebra paradigmas. Não será o primeiro "larp físico" ou "mudo" em São Paulo (visto que o brasileiro Luiz Prado também pesquisa essa área da linguagem, em jogos como monstros, Último Dia em Antares e Deriva). Mas é uma experiência imperdível.

Com 2 horas de workshop - onde os jogadores realizam todas as ações que poderão desempenhar durante o jogo propriamente dito - e um jogo estruturado com trilha sonora impactante durante quatro horas Morte Branca é uma experiência intensa, física e emocionalmente. Por conta desta duração estendida, o jogo acontece em horário também especial - nos encontramos às 10hs da manhã, fazemos o Workshop e depois de uma pausa para o almoço mergulharemos nas quatro horas do jogo. Aliás, 4 horas sem nenhuma palavra. Como bom larp físico, Morte Branca é um jogo mudo.

Morte Branca se tornou um sucesso no mundo todo e tem feito escola e quebrado paradigmas por onde passa, seja em eventos nos próprios países nórdicos, em encontros de larp no Brasil ou na itália, em galerias de arte ou cursos internacionais voltados para o larp.

É um jogo especial que tem o potencial de vencer a preguiça e o frio de um domingo de manhã e te levar para o Sesc Itaquera para talvez re-pensar e, por quê não?, re-sentir as possibilidades dessa linguagem na pele!


AGO/ Morte Branca
dia 27 de agosto, domingo - 10h00 / Sala de Convenções Grande

Um poético larp não-verbal que enfatiza a expressão física. Os jogadores são guiados através de sentimentos como raiva, frustração, tristeza e medo - e depois os sentimentos de paz e acolhimento que se seguem após a morte gentil dos personagens. Músicas por Tom Waits, Nick Cave e Jonny Cash dão o tom. Por  Nina Runa Essendrop e Simon Steen Hansen (Dinamarca, 2013).

link: evento no site do Sesc

link: evento no facebook

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