terça-feira, 21 de maio de 2013

Ópera das Vaidades - primeira visita

Eu jogo/realizo larps (profissionalmente!) desde 2005. É uma longa carreira. rsMeu primeiro larp aberto ao público era baseado no RPG Trevas, depois, entrei para a Confraria das Ideias e mais tarde com meu próprio projeto Boi Voador.

Estudei design gráfico, artes plásticas e mais tarde fiz uma "especialização" em cenografia e figurino, com um dos maiores nomes do teatro brasileiro (J C Serroni). Sempre procurei usar essas minhas vivências para o larp.

Nunca tinha jogado um larp de vampire, nem estado presente em um. Na verdade, nunca me agradou a ideia. Mas quando vi o Ópera das Vaidades pela primeira vez, algo me chamou muito a tenção aí.

Estive presente pela primeira vez no live  do dia 16 de fevereiro fotografando e posso dizer que adorei a experiência. O ópera é uma coisa que não faço a muito tempo: um larp em formato campanha. Larps nesse formato permitem, sem sombra de dúvida, uma infinidade de experiências que um larp one-shot não permite.

O que mais me chamou a atenção positivamente, muito positivamente (já que fica difícil acompanhar os enredos estando "de fora" da ação) foi o esmero, cuidado, capricho dos figurinos. Caras... vocês arrasam.

Na volta, de carona com um dos narradores, ainda pude ver uma coisa da qual estou muito distante: o jogo de vocês é para além dos limites da ação ao vivo. A politicagem, intriga, expectativa continuam rolando. Os nórdicos (papas do live, rs) dividem a experiência de jogo em três níveis, entre os quais: in-game (que chamamos de on) e inner-game (o jogo que acontece dentro da cabeça dos jogadores, fora do "palco" do larp, mas no caso do Ópera, ainda dentro de seu universo). O inner-game do Ópera é incrível!

Queria agradecê-los pela acolhida!E parabenizá-los!

Espero poder vê-los mais vezes e estou amplamente a disposição dos organizadores para trocarmos ideias e experiências. Tenho certeza que temos muito a aprender uns com os outros.


(clique nas imagens para ampliar)











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PRÓS (do que gostei):
- O formato campanha permite pensar em ações que terão consequência ao longo do tempo. Em alguns casos isso gera também representações mais naturais, menos "ansiosas". A relação com o tempo e a causalidade pode ser prolongada.

- Cuidado e esmero com os figurinos.

- Sem egos exaltados : organizadores e jogadores não parecem se dedicar a luta de egos (uma bobagem comum em alguns larps de campanha) todos estão lá para fazer as cosias funcionarem para todos.

CONTRAS (do que desgostei)
- Muitos jogadores ficam "em OFF" (fora dos personagens) por muito tempo, ou muitas vezes - interrompendo cenas interessantes e quebrando o clima.

- Grande parte das ações durante o jogo não são representadas fisicamente, mas narradas pelos jogadores, fora do personagem. O sistema (Mind's Eye Theatre) incentiva esse tipo de ação. Por exemplo "eu estou desembainhando um sabre" - quando ninguém sabia que ele tinha um sabre e quando não há sabre nenhum. Isso prejudica o clima de imersão que as interpretações e os figurinos ajudam a construir e quebra algumas linhas narrativas (oras, se eu soubesse que ele tinha um sabre, não o teria ameaçado).

- Neste larp específico (o Ópera das Vaidades usa lugares diferentes para os larps) o larp foi numa loja de livros e cards. A organização adaptou o espaço com alguma ambientação - principalmente iluminação -, mas é um espaço muito difícil de lidar. Muitas das cenas mais fortes tiveram que dividir espaço com banners do lanterna verde ou pinturas da mulher maravilha.... e isso distancia algumas potências desse tipo de larp, mesmo que os jogadores não se atenham a esses detalhes.

- Os larps são intercalados com mesas de RPG para desenvolver a história dos personagens. Isso faz com que muitos conflitos que surgem no larp sejam deixados para depois, para resolver na mesa, perdendo muitas oportunidades de aprofundar a experiência durante os jogos.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

O Tibete

No banho com minha filha ontem, quero que ela olhe para cima pra enxaguar o pescoço.

 - filha olha lá em cima, o que tem lá em cima.

 (ela olha) - o tibet (um enorme sorriso na face)

 (!)